25 agosto 2013

Minha querida antena - ou a tanga da TDT...



Só pode gostar e defender a actual televisão digital terrestre (TDT) em Portugal quem nunca teve de a usar.

No centro do país, afastado do litoral e da fronteira com Espanha (onde, dizem, os portugueses se refastelam com as dezenas de canais espanhóis da sua TDT a sério), a televisão é uma miragem. Até o ex-presidente da Anacom notou o problema, após ter saído das suas funções em que o deveria ter resolvido.

É verdade que os cinco canais (quatro, nas férias parlamentares) são de uma indigência a toda a prova perante a sua audiência - e alguns são pagos com dinheiro público para prestarem serviço público.

Pode argumentar-se que se deve à população idosa, a que têm de servir com coisas inenarrávis a que chamam programas de televisão. Mas, como um antigo director de programaçãp de um canal privado demonstrou há anos, colocar um filme de Manoel de Oliveira ou um documentário sobre tigres no chamado "prime time", também proporciona uma boa audiência. Basta querer.

É que não se trata de vender presidentes como sabonetes, nem de educar o cidadão pela televisão, apenas olhar para as grelhas e serem alternativos.

Mas a alternativa é algo que não existe no interior. Quando a TDT é mentira porque mal transmite, admira que os políticos não se preocupem com o potencial destruidor no primeiro ano em que vão ter a TDT do seu lado em eleições autárquicas.

Para o cidadão urbano habituado à televisão por cabo ou por satélite, esta conversa pode parecer uma defesa das minorias que não têm acesso a essas tecnologias. Não é.

Antes e se o quisesse, qualquer cidadão em qualquer lado do país comprava uma antena e recebia a televisão que lhe davam.

Com o dividendo digital - a transferência dessas frequências para os operadores de telemóveis -, a TDT iria oferecer uma melhor qualidade de imagem, mais canais e até um inovador em alta definição.

Quase mentira, mentira e mais uma mentira.

A melhor qualidade de imagem é inegável - quando se consegue ver para lá da mensagem "sem sinal". Os mais canais já se sabe que foi uma falcatrua, e o da alta definição perdeu-se na baixa política.

Mesmo uma alternativa como a rádio pela TDT foi esquecida, sem queixas das rádios locais ou regionais (é a chamada "desintoxicação"...).

Em resumo, quem no interior, em pré-época eleitoral autárquica, quiser saber do que se passa no país e no seu concelho, terá de adquirir uma subscrição paga de televisão por cabo ou por satélite ou fiar-se no que diz o padre ao domingo. Porque a suposta Televisão De Todos é apenas a real Televisão Dos Tontos, que olham para ela à espera que dê algo mais do que apenas aquela irritante notícia de "sem sinal".

Perante este mau tempo nos canais em pleno Verão (é o calor que está a dar cabo da TDT, dizem...), e se a cegueira dos políticos se percebe por não quererem aprofundar um tema em que foram cúmplices, admira que nem sequer os anunciantes publicitários se queixem.

Estou eu a ver o anúncio ao sabonete de uma marca e acabo por não saber que fantástica marca é aquela. E logo eu que a queria comprar no supermercado, outro que não consegui ver o nome mas dizia ter uma promoção fantás... [sem sinal].

Estou a ver um jogo de futebol e, no momento marcante e marcado do golo, não consigo ver nem esse golo nem a repetição com a marca do anunciante. Posso mudar para o som da rádio mas não vejo as marcas.

No ciclismo, antecipa-se a meta volante (publicitariamente paga) mas o que vejo é o chão escrito a giz com incentivo a um dos ciclistas.

Podem achar que é exagero mas é mesmo assim uma parte do Verão televisivo.

E podem achar que a falha é do equipamento mas com dois dispositivos diferentes na mesma casa e com os mesmos problemas, a culpa não pode ser do utilizador. E não, não é num terreno fundo, cheio de arvoredo ou montes em redor. É num local no centro do país que antes recebia um bom sinal por antena hertziana e agora recebe um péssimo sinal por dois dispositivos de TDT.

Mas há quem possa obter algo desta TDT: os artistas. A arte da pixelização tem ali um enorme potencial. Mas é só e apenas esse o grande dinamismo para a cultura na nova TDT.

A RTP quer agora injectar dois canais, o Memória e o Informação, nessa espantosa plataforma - e o ministro parece estar de acordo. Mas o que ele deveria tentar perceber é para quê gastar mais dinheiro numa coisa que já deve ter absorvido dinheiro de forma tão absurda que até a entidade reguladora teve de recorrer à CADA para conseguir divulgar (o que ainda não fez) os investimentos nesta TDT.

Isto não é uma boa gestão de dinheiros públicos, é apenas mais um negócio em que os utilizadores que contribuem são também os mais penalizados. Mas, dúvida irónica final, afinal quem ganhou com isto?

24 agosto 2013

Droga de Hollywood


Hollywood and Steroids: When A-List Actors Go the A-Rod Route: Hollywood trainer Happy Hill, who has helped sculpt Jake Gyllenhaal and Ryan Phillippe, estimates that some 20 percent of actors use PEDs to bulk up and define.

Um dia em Pompeia

21 agosto 2013

Cinco primeiras capas


retirado de "The Very First Issues of 19 Famous Magazines"

Ah, ah, ah, ah...

Big Brother Isn’t A Reason For Journalists To Quit The Internet: In fear of Big Brother, award-winning technology law blog, Groklaw, has decided to shut down. TechCrunch, however, will not be following its lead. There is always a risk that an abusive government agent may try to intercept or intimidate our sources, but it’s the kind of risk that every media outlet has faced since the printing press and will continue to face into the foreseeable future.

20 agosto 2013

Divulgação científica

A comunicação científica numa sociedade democrática: Comunicação de ciência não é apenas transferir conhecimento ou informação. Talvez este tipo de pensamento explique o motivo pelo qual a cobertura de Ciência, Tecnologia e Informação (C, T & I) ainda seja deficitária na imprensa brasileira. Conforme argumenta o educador Carlos Vogt, a comunicação científica aproxima, compartilha e estimula. Neste contexto, ela também exerce um papel social, que é o de municiar cidadãos comuns, que não detêm o “poder”, pois informação também é poder, com recursos capazes de envolvê-los na discussão de temas relevantes para a sociedade.

O primeiro passo para a popularização de ciência, termo que Vogt usa com propriedade, é a conscientização, por parte dos jornalistas e comunicadores de ciência, de seu papel de “mediadores” entre os interesses e necessidades da comunidade científica e o público leigo. A tarefa é desafiadora: traduzir e contextualizar o relato científico de forma palatável e cativante ao leitor que não está familiarizado com os jargões da ciência. Isso tudo, é claro, sem perder de vista o rigor científico.

De notícia a publicidade

CNET Turns Editorial Reviews Into Ads: Welcome to the brave new world of native advertising, where publishers are trying to come up with twists that go beyond standard ads and that carry the whiff of editorial credibility.

Lavar janelas em Nova Iorque

15 agosto 2013

14 agosto 2013

Aventuras

todos via o excelente The Adventure Blog

13 agosto 2013

O primeiro anúncio comercial na televisão


The first television advertisement was broadcast in the United States at 2:29 p.m. on July 1, 1941. NBC affiliate WNBT aired this 10 second spot before a baseball game between the Brooklyn Dodgers and Philadelphia Phillies, displaying a Bulova watch over a map of the U.S., with a voice-over of the company's slogan "America runs on Bulova time!"
The Bulova commercial was the world's first legal television commercial and cost the Bulova Watch Company a whopping $9.00 USD.

via This Is the World's First TV Ad

12 agosto 2013

10 agosto 2013

09 agosto 2013

08 agosto 2013

07 agosto 2013

06 agosto 2013

Saturno

05 agosto 2013

03 agosto 2013

Portas da memória: da extrema-direita para o centro da social-democracia

(Do Público, de 24 de Abril de 2002, copiado do pt.soc.politica):

Jornal Alemão Compara Paulo Portas a Haider e Le Pen
Por HELENA FERRO GOUVEIA, Frankfurt

Líder do CDS/PP acusado de prosseguir uma estratégia e uma política antieuropeia e excessivamente populista

O ministro da Defesa português, Paulo Portas, tem um sério problema de imagem na Alemanha. Não é a primeira vez que os "media" germânicos atacam Portas ou traçam um paralelismo entre o seu discurso e o da direita mais extrema. Ontem, porém, ter-se-á atingido o píncaro das comparações: numa só página de jornal, o líder do CDS-PP é equiparado ao austríaco Joerg Haider e ao candidato presidencial francês Jean-Marie Le Pen.

"As criancinhas em Lisboa poderão em breve cantar o hino todas as manhãs em pé. Que esse acto não contribua para reforçar o pensamento de integração europeia é indiferente para Paulo Portas", escrevia ontem o "Handelsblatt". Este prestigiado diário económico alemão abria o artigo principal do destaque - na sua página dois - sobre a direita populista na Europa, com o "caso português"." Populistas de direita do tipo de um Portas ou de um Jean-Marie Le Pen apostam em tiradas nacionalistas e têm êxito", prosseguia o diário.

Para ilustrar o texto, o "Handelsblatt" optou por um mapa da Europa no qual os democratas-cristãos de Paulo Portas surgem na companhia da Frente Nacional, do FPOe, do Vlaams Blok, do Danks Folkeparti e de várias outras formações políticas de extrema-direita.

Ao lado da prosa principal, uma coluna, intitulada "a hora dos populistas", elucidava os leitores sobre os diversos líderes da extrema-direita na Europa. A primeira peça desta coluna era dedicada ao governador da Caríntia, Joerg Haider, seguindo-se um texto sobre o italiano Umberto Bossi, outro sobre os nacionalistas na Escandinávia, um quarto artigo sobre o extravagante Pim Fortuyn holandês e, por um fim, um texto sobre o "antieuropeísmo" do ministro da Defesa português. "Com uma campanha antieuropeia, Portas conseguiu conquistar 8,8 por cento de votos. O Partido Popular português desenvolveu-se nos anos 90, seguindo o modelo do FPOe austríaco, no sentido de um partido de direita populista. Portas gosta de se ver no papel do provocador e usa com frequência um tom nacionalista ao qual os portugueses estavam habituados durante a ditadura salazarista."

Curiosity em Marte: 12 meses em dois minutos

02 agosto 2013

O desintelectual português



O desintelectual português fala de tudo.

Fala de graffitis num "país de selvagens". Mesmo quando desmentido pela realidade.

O desintelectual português apresenta resultados de alegados e "bem documentados" estudos mas não cita fontes nem datas ("vandalismo nas áreas circundantes aos espaços criados especificamente para graffiti aumentou em 300%" vs "graffiti in the surrounding areas of these walls increases up to 300%").

Só apresenta as fontes que estão mais próximas do seu ponto de vista ("o custo de remoção de graffiti está bem documentado, e de acordo com os dados de um outro estudo realizado nos Estados Unidos da América, também no estado da Califórnia, este foi de cerca de 28 milhões de dólares em 2006"). Pormenor de reduzida importância - a que se refere aquele custo?!?... -, nem sequer sabe citar: "A 2006 survey of the 88 cities, Caltrans and Metro in Los Angeles County on graffiti removal found the cost was about $28 million".

O desintelectual português refere sempre "boas práticas internacionais" (para sustentar que o país onde vive é demasiado pequeno para ele e para as suas concepções?), sem nunca demonstrar quais são essas boas práticas.

O desintelectual português com currículo para isso fala de tudo, dos graffitis às manifestações ao triunfo do big brother da videovigilância.

Neste último caso e antes de apresentar ideias, o desintelectual português ataca o "conjunto não negligenciável de pessoas que - de uma forma explícita ou mais velada - têm procurado contrariar em Portugal a implementação - séria - de um programa nacional de videovigilância. São as mesmos que, normalmente, tentam invocar as liberdades e as garantias dos cidadãos mas que esquecem (de propósito ou de um modo inconsciente) as enormes vantagens de um registo filmado da ocorrência de um crime".

O desintelectual português afirma que "o big brother venceu (...) porque provou, nos últimos meses, a sua verdadeira utilidade. Para os paladinos de uma suposta defesa da privacidade, a resolução da investigação aos atentados de Boston, nos Estados Unidos da América, e ao recente e trágico acidente ferroviário, em Espanha, são uma derrota definitiva".

E com estes dois exemplos se sustenta a vitória do big brother videovigilantista! Esquecendo estudos que provam o contrário (um exemplo: Do police cameras reduce crime?)...

Ora o desintelectual português não pode desconhecer que o caso de Espanha não interfere com as liberdade cívicas: a videocâmara aponta para a linha ferroviária, não para a casa das pessoas ou para uma esplanada na rua.

Quanto a Boston (e deixando de lado que as videocâmaras não antecipam crimes, nem o FBI o consegue fazer), esquece-se que se as imagens iniciais foram registadas por videocâmaras mas a prisão do segundo fugitivo ocorreu num pátio, dentro de um barco, revelado às autoridades por um morador.

Mais, o que esta videovigilância generalizada (também nas mãos dos cidadãos) permitiu descobrir em Boston é que a polícia abusou dos legítimos direitos dos cidadãos, ao entrar dentro das suas casas sem mandato judicial. E o que esta videovigilância mais anda a demonstrar desde o caso Rodney King, em 1992, é o abuso policial. O big brother pode ter triunfado mas não foi às mãos das autoridades.

Mas isto pouco interessa porque o desintelectual português gosta de elogiar o poder, não de o estudar. Em 2012, dizia: "Em Portugal, parece-me que os contratos locais de segurança, muito dinamizados pelo anterior ministro da Administração Interna Rui Pereira". Este ano, evolui para "mau grado os esforços (muito bem-vindos) dos dois últimos ministros da Administração Interna, Rui Pereira e Miguel Macedo".

Este é apenas um exemplo do desintelectual português que, em geral, devia ser estudado. Mas por quem?

(imagem de Coronelismo Intelectual)

Uns são mais autores do que outros

O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de lei que transpõe uma diretiva comunitária relativa ao prazo de proteção do direito de autor e de certos direitos conexos, e altera Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos.  

É alargado de 50 para 70 anos o prazo de proteção dos artistas intérpretes, executantes e produtores de fonogramas. Este alargamento de prazo de proteção apenas cobre as prestações artísticas musicais e os fonogramas não sendo extensível ao domínio do audiovisual.  

Do comunicado do Conselho de Ministros de ontem...

LSD ABC (a sério!)

 

via Now I Know My LSD ABCs: A Trippy Animation of the Alphabet

01 agosto 2013