26 abril 2005

CONTAMINANTES

Lembram-se das "vacas loucas"? E isto proporcionará "humanos loucos"?
GM industry puts human gene into rice: Scientists have begun putting genes from human beings into food crops in a dramatic extension of genetic modification. The move, which is causing disgust and revulsion among critics, is bound to strengthen accusations that GM technology is creating "Frankenstein foods" and drive the controversy surrounding it to new heights. [...]
Environmentalists say that no one will want to eat the partially human-derived food because it will smack of cannibalism.
But supporters say that the controversial new departure presents no ethical problems and could bring environmental benefits.
In the first modification of its kind, Japanese researchers have inserted a gene from the human liver into rice to enable it to digest pesticides and industrial chemicals. The gene makes an enzyme, code-named CPY2B6, which is particularly good at breaking down harmful chemicals in the body.

[Lembro que desde a semana passada temos um decreto-lei que "regula o cultivo de variedades geneticamente modificadas" e outro "relativo a géneros alimentícios e alimentos geneticamente modificados para animais".
E puxo a conversa havida nos comentários:
Manuel Lopes: O Pedro Fonseca percebe de Agicultura ?
Sabe o que é um enxerto ? Não sabe ? Ok, eu explico, há milhares de anos que se enxertam plantas duma especie noutra. Não lhe diz nada ? Ok, eu compreendo. Mas olhe que já se faz há milhares de anos, e o mundo não colapsou. Poderia dar-lhe dezenas, ou centenas de exemplos, em que o homem há milhares de anos interfere com a natureza. Desde os bois cobridores ao enxerto de videiras.
Eu tb acho que deve haver debate, mas lamento que o discurso critico ignore pura e simplesmente tudo o que há de bom nos transgénicos. E que não é pouco ...
Saberá o Pedro, que o tal muilho já à venda em Portugal, com uma modificação genética muito simples e básica, evitará a utilização de muitas e muitas toneladas de pesticidas, esses sim, comprovadamente prejudiciais ao ambiente e à nossa saúde.

PedroF: O homem há milhares de anos que faz enxertos e mexe na natureza mas, de forma natural, da mesma forma como pode emendar os resultados. Uma videira enxertada doente pode ser removida sem afectar as outras, não dissemina a "doença".
Com as sementes GM, espalhadas pelo vento ou pelas aves a mais ou a menos de 200 metros, dificilmente poderá haver controlo de danos. E mesmo que o meu vizinho queira usar essas sementes e eu não, estou lixado porque acabarei sempre por ter contaminação. Não é justo (estou a pensar nos agricultores biológicos, por exemplo).
E diferente dos milhares de anos de testes naturais, estas sementes têm uns poucos anos de testes reais em que os resultados não são conclusivos.
Eu não digo que não são seguras (também não digo que são), não afirmo que todas estão a ser distribuídas pelas mesmas multinacionais que desenvolveram os pesticidas e, nalguns casos, patentearam nos Estados Unidos compostos naturais localizados em certas zonas geográficas pobres que têm de pagar agora pelo que era gratuito, e muito menos presumo que elas não sejam indicadas para certas regiões (certas zonas de África têm sido apontadas como um caso viável, Portugal pode ser outro). Não sei.
O que defendo - e, pelos vistos, ambos concordamos -, é que devia ter havido um debate público e sério por quem sabe deste assunto, prós e contras. Não houve!]