30 julho 2003

ECO-TERROR
A escuta das interrogações: Da numeração atribuída aos alvos das escutas telefónicas, deduz-se que há mais de vinte mil pessoas que são, ou têm sido, objecto dessas diligências. É compreensível o argumento do procurador-geral, no sentido de não dever criar-se um precedente identificando esses alvos. Mas nada obsta a que se saiba quantificadamente a que período de tempo se refere aquele número e a que categorias de crimes. [...]
Se os vinte mil alvos fizerem uma média de apenas cinco conversas por dia, teremos um total de cem mil a escutar, também por dia... [...]
Um país em que há mais de vinte mil pessoas vezes n interlocutores a serem sistematicamente escutadas já é orwelliano. Passam a ser centenas de milhares.
Mesmo descontadas as diferenças de tecnologia em relação à época da outra senhora, não consta que a PIDE jamais tenha ido tão longe.