20 janeiro 2003

ECO-TERRORES
O reino dos economistas "As instituições democráticas são desapossadas da sua capacidade de legislar, regulamentar ou instituir normas, em nome de um princípio de competência reputado ser superior à democracia. Esta despossessão repousa sobre representações de uma impotência das instituições democráticas, em particular dos Estados-Nações, diante das 'forças' do mercado. Este último, agora inteiramente fetichizado, perde o seu estatuto de instituição humana para se afirmar, neste estilo de raciocínio, como uma forma quase divina com decisões sem apelo. Esta despossessão engendra um duplo movimento. Por um lado, assiste-se à fetichização das manifestações das dinâmicas - positivas ou negativas - da economia. O que vai a par com uma reficiação dos actores, em particular dos assalariados. O espaço da discussão pública tem apenas dois pólos. O primeiro, técnico, pertence aos peritos: é o da exegese das leis naturais da economia. O segundo é ético: o da compaixão que se sente perante as consequências destas leis". Mas os nossos economistas às vezes nem à compaixão chegam.