17 dezembro 2002

VITAMEDIAS
Conselho Deontológico [do Sindicato dos Jornalistas] critica trangressões éticas na cobertura de alegados casos de pedofilia: Não é possível, neste momento, fazer uma apreciação exaustiva e individualizada dos casos de falta de ética, tão volumosa tem sido a torrente noticiosa sobre esta matéria. Mas o Conselho Deontológico não tem dúvidas de que, desta vez, a generalidade das transgressões à ética não ocorreu por mero erro ou precipitação, mas resulta de uma deliberada vontade de forçar os limites. Tal atropelo aos princípios foi feito a coberto de um suposto jornalismo de causas, agora em moda - conquanto não se saiba exactamente o que é e, do que se sabe, descobrem-se mais perigos e danos do que virtudes. [Como é que não é possível "uma apreciação exaustiva e individualizada" mas o CD "não tem dúvidas" de que há uma "deliberada vontade de forçar os limites"? Tenham juízo...]
Saindo do Terceiro Mundo: Este tipo de casos mediáticos é melhor do que pior para a democracia (e para as vítimas de crimes e desigualdades). Este tipo de jornalismo afasta-nos do Terceiro Mundo. Lá não há notícias deste género, não há escândalos mediáticos pois não há liberdade para os denunciar; lá não se pode romper o sistema de classes. Prefiro estes casos, com seus exageros, ao silêncio do Terceiro Mundo.